segunda-feira, 9 de maio de 2011

Viver é preciso!... [Final]

Me encontrei com alguns deles no elevador do meu andar, entrei, cumprimentei-os e descemos até o saguão. Durante a descida do elevador, percebi que alguns deles estavam meio agitados, com a cara fechada e falando o tempo todo: "-Mancada isso, é muita mancada! Já haviamos combinado!" Fiquei quieto na minha até chegarmos no saguão.
 Chegando lá, havia umas 10 pessoas quando meu amigo disse: "-Pronto, todos estão aqui, já podemos ir!" Mas o que havia acontecido com o resto do pessoal? Anteriormente todos estavam animados para irmos a boate juntos e de repente só alguns estavam lá em baixo. Pegamos um taxi e fomos a boate.
No caminho da boate, meu amigo me contou que de repente o restante das pessoas resolveram ir a um karaokê e que não iriam a boate. Eu entendia eles, estavam apenas querendo um lugar mais tranquilo pra se divertir e boate com certeza não era este lugar. Se eu estivesse muito cansado e afim de relaxar, até toparia ir com eles ao karaokê, mas como fazia algum tempo que não saia a noite pra dançar e paquerar, resolvi ir a boate mesmo.

Chegamos lá, os nomes devidamente colocados na lista, entramos e andamos um pouco para conhecer o ambiente. Casa pequena pra quem costuma ir a boates em São Paulo, mas a musica era excelente e as pessoas também eram bonitas. Ainda não estava cheio, então ficamos em frente ao bar para beber e ver o movimento das pessoas. Eu ainda estava um pouco travado e não falava muito, e resolvi fazer o que me faz perder toda a inibição: Encher a cara! Comecei a beber e dançar. Enquanto bebia, comecei a me soltar mais, conversava com as pessoas, os amigos ali por perto.
Comecei a me interessar por uma das pessoas que vieram conosco, o cara que mora em Brasília: Alto, corpo normal, estava muito bem vestido, cheiroso, um sorriso que me atraiu demais, veio do meu lado e começou a dançar. Tenho um grande defeito em balada, quando começo a beber e ficar "alegrinho", acho que todos estão me paquerando e como eu já estava começando a ficar no grau pensei comigo que ele estava afim.
 Fiquei na minha, sem ficar olhando muito, mas dançando, rindo, conversando com a outras pessoas, me esbarrava "sem querer", trocava de lugar e ele estava la, do meu lado, ia pegar outra bebida e lá estava ele do meu lado. Pensei comigo "-Sim, ele está afim!". Mas ele tem um defeito a visão dos outros, ele diz que é heterossexual, porém todos sabem ali que ele pelo menos, é Bissexual. Fiquei com vergonha de tentar algo com ele e tomar um fora, então dava umas encaradas de leve e saia de perto, mas ele não acompanhava, ele saia e eu o acompanhava, mas acabava perdendo ele de vista.

Aquela situação ja estava me cansando então comecei a andar por la, andava, andava, paquerava com umas pessoas mas nada de mais. Quando voltei ao lugar onde todos estavam, a grande maioria havia ido embora, ficando somente eu, meu amigo, o cara de Porto Alegre, o cara de Brasília e um cara de Uberlândia. Ficamos ali no roda conversando dançando quando sinto alguém dar uns cutucões na minha mão: era o cara de Porto Alegre. Ele não é muito bonito, um pouco mais baixo que eu, corpo malhado, bem vestido, muito cheiroso e muito simpático. Resolvi ver qual era a dele e segurei sua mão e ele retribuiu com um sorriso. Como eu já estava bem alterado das idéias, nem me importei com os outros ali e começamos a dançar de frente para o outro. Ele me puxou nos afastando dos outros e fomos pro meio da pista de dança, estavamos dançando, ele dava um sorriso sacana, e eu o atiçava a beijar, chegava perto e saia, olhava fixamente para ele, quando ele me puxou e me beijou.

Um beijo gostoso, suave, molhado, gentil, lento que começou a aumentar a intensidade durante a dança e então ele me puxou pra parede e lá ficamos nos beijando e nos acariciando. Paravamos pra respirar, ele abria um sorriso e me falava "-Cara, como você beija gostoso! Quero mais!"; ficamos ali na mesma por pelo menos 1 hora! De repente sinto alguém me tocar no ombro, era o cara de Brasília, e ele me disse: "-Todos já se foram, estou indo embora também, tudo bem?" Pedi para ele esperar pra podermos dividir o táxi, mas ele disse que era pra nós dois ficarmos ali que ele ia sozinho e nem nos escutou, foi na frente.
Fomos pagar nossa comanda e tentar acha-lo na frente da boate, mas nem sinal do mesmo, já havia ido embora. Entramos no táxi e voltamos ao hotel e logo demos de cara com o cara de Uberlândia e o cara que estava dividindo o quarto com ele no saguão do hotel. Eles nos chamaram pra irmos conversar no quarto deles e chegando lá o cara de Uberlândia me disse: "-Mas você hein?! Quem diria?! Eu no maior papo hétero com você lá na boate e você sai pegando o [cara de Porto Alegre]? Até falei pro [amigo de quarto] que vocês se atracaram na parede da boate e ele achou que vocês tinham brigado lá."

Após rirmos muito no quarto, o cara de Porto Alegre foi pro quarto seu dormir e eu fiquei mais um pouco conversando. Os caras brigaram comigo, porque eu não dividia meu quarto com ninguém e fui dormir sozinho, não chamei o meu ficante. Eu não estava afim de nada naquele dia, ainda mais depois que descobri algumas coisas que não me agradaram sobre ele, mas apesar de tudo, ele foi extremamente gentil e educado comigo. Cheguei ao quarto, dormi um pouco pois precisava sair do quarto até o meio-dia para fazer o check-out.
Levantei, tomei um banho e fui comprar a passagem pro Aeroporto, deixei minha mala no quarto de um deles pra eu ir almoçar com a galera e ficamos na frente do hotel conversando sobre a noite. O cara de Brasília foi o primeiro a ir, ele saiu cumprimentando a todos e quando chegou a minha vez ele me deu um abraço gostoso, um beijo no rosto e me disse no ouvido "-Valeu cara, prazer conhecer você, até uma próxima!". Retribui o abraço dele com um braço no seu pescoço e o outro na cintura, apertei bem, dei um beijo em seu rosto e disse: "O prazer foi todo meu cara, me desculpe por qualquer coisa!". Ele apenas sorriu e se foi.
Estava dando a minha hora, me despedi dos que ainda estavam lá, agradeci a todos e fui pegar meu ônibus para o aeroporto as 15horas. Fui chegar na minha casa naquele mesmo dia ás 22:30horas.

A experiência de conhecer tanta gente assim, foi muito boa!
Rí, me diverti, bebi, dancei, beijei e fiz amizades. De verdade, me arrependo muito por ficar calado demais e não me socializar, mas ainda estou neste processo de mudança e de descobrimento. Espero que esta fase de ficar muito calado e de ter vergonha de tudo e todos passe logo. Odeio ser assim, é um grande defeito que não quero mais ter, mas isso infelizmente só consigo mudar com o tempo.
Forte abraço a todos vocês,
Eduardo.

4 comentários:

  1. tenho o mesmo defeito que vc: calado e com vergonha.
    e até a mesma solução temporária: encher a cara!
    fale mais sobre seus dilemas nos posts, são bem interessantes e me retrato bem. rsrs

    WT

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  2. Fala WT!

    É realmente é um defeito péssimo! Odeio ser desta forma, odeio ficar nesta situação constrangedora porque me prendo muito a ficar sozinho e ninguém gosta de ficar sozinho. Só consigo fazer amizade com aquelas pessoas super efusivas, que adoram conversar e contar coisas.
    É cara, este post ficou dividido em três partes grandes e deixei de lado um pouco sobre alguns dilemas... Tenho um bom pro próximo post que estou super ansioso de postar aqui... quero a ajuda/opinião de todos, rs.

    Forte abraço,
    Eduardo.

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  3. Xará, isso de se livertar vem com o tempo e a experiência. E desde que você não esteja - e não está - trancado no seu casulo, logo vai estar mais à vontade. E nem precisa virar uma putona louca e desvairada, rainha de todas as festas! Basta deixar a vida acontecer. :-)

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  4. Fala Edu!

    É Edu, eu entendo que tudo isso tem todo um processo para se passar, que vem com o tempo, mas eu sempre tive isso, sempre fui assim, entende?
    Já estou cansado de ser assim, já perdi várias oportunidades de sair, conhecer gente por conta de eu ser desta forma.
    HAHAHAHAHA... Xará, se por acaso algum dia acontecer deu virar uma louca desvairada, rainha de todas as festas, ai sim, já podem me internar, hahahahah!

    Abração Edu, obrigado pelo comentário.
    Eduardo.

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