quarta-feira, 13 de abril de 2011

No Dia Mundial do Beijo, Meu Primeiro Beijo...

Eu me lembro muito bem de quando eu tinha meus 6 anos de idade, quando eu ia pra casa da minha avó, na garupa de uma bicicleta com minha mãe. Adorava observar as pessoas e seus jeitos ao andar pela rua.

Me lembro que sempre ao ver um casal andando abraçado pela rua, eu não parava de encará-los, queria saber o porque daquilo, o porque eles necessitavam estar sempre andando daquela forma. Eu nem imaginava que existia a palavra namorados.


Lembro que ao me ver encarando o casal, minha mãe me disse algo do gênero: -Menino, pare de ficar encarando as pessoas, elas podem não gostar! Olhe pra frente! Eu olhava par frente e começava a procurar os casais pelas ruas. Apesar da minha inocência, nunca fui de abordar meus pais com perguntas do tipo: -Mãe, o que eles estão fazendo? -Pai o que é isso? -Tio o que é aquilo? ou qualquer outra pergunta de teor homossexual. A gente vai crescendo, e aprendendo mais sobre as coisas da vida, naturalmente.


Lembro que certa vez, já com meus 9 anos, estava brincado com as crianças da rua da casa de minha avó, quando todos entraram para tomar o café da tarde, menos eu e um colega que na época tinha entre seus 11 e 12 anos. Ficamos conversando na rua quando ele me chamou para ir ver alguma coisa em um terreno baldio, próximo casa de minha avó. E lá fomos nós, conversando e dando risada.
Quando chegamos ao local, entramos e fomos ao fundo do terreno. Ele parou em minha frente, ficou me olhando e simplesmente me puxou e me deu um beijo. Sim! meu primeiro beijo foi com um homem e muito cedo para a época.

Eu sabia que aquilo era "errado", "não estava certo" mas não consegui impedi-lo, eu fiquei extasiado e estagnado, apenas continuei ali com ele da forma que estávamos. Minha perna tremia, minha cabeça estava a mil, pois sempre imaginei 2 homens em uma situação parecida, de mãos dadas, como qualquer outro casal, mas nunca sequer passou pela minha cabeça que aquilo era possível. Quando terminou, ele saiu sem dizer uma palavra e foi embora. Eu fiquei lá ainda alguns minutos pensando sobre o que havia acabado de acontecer. Eu havia gostado e MUITO! Fui embora para a casa de minha avó pensando bastante e nunca comentei isso com ninguém, até o presente momento.


Meu próximo beijo com outro homem, foi aos 22 anos de idade, com um cara na qual acabei me apaixonando perdidamente e namorando por 8 meses. Mas esta é uma história pra outra oportunidade.

Forte abraço,
Eduardo.

6 comentários:

  1. Muito legal seu blog!
    Essas perguntas realmente nunca acabam msm!
    Nem tem para aonde fugir né!
    Tenho 22 anos e ainda sou BV não por falta de oportunidade tanto com homens quanto com mulheres!
    Mas não quero essa vida para mim pois quero ter uma familia e viver como uma pessoa "normal" perante a sociedade!
    Abraço
    Mx

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  2. Força Eduardo.
    Muito do que vc escreve eu sinto tbem.
    Mas falta coragem prá dizer ou assumir.
    Estou no armário sim... e só aqui eu consigo dizer que adorava concretizar tantos sonhos.
    Um beijo prá vc.
    JJ

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  3. MX, obrigado pelo comentário!
    As vezes pensamos que essas coisas só acontecem com a gente, mas depois acabamos descobrindo que outras pessoas tbm o passam. Uns mais outros menos, mas na nossa situação, acaba sendo inevitável!
    Eu entendo sua vontade de querer parecer "normal" perante a sociedade e constituir uma família. Mas posso lhe dar uma sugestão?
    Vc tem apenas 22! Tem muito pra viver, muito pra pensar, muito pra trabalhar, muito que estudar antes de qualquer plano que vc tenha pro futuro. Planos mudam, metas se transformam, nosso foque de vida ganha mais cor com o passar dos anos, mas nunca, nunca deixe de VIVER!

    Mais uma vez, obrigado pelo comentário!
    Visite o blog sempre!

    Forte abraço,
    Eduardo.

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  4. JJ, obrigado pelo comentário!
    Sim, só aqui no armário temos a verdadeira coragem de realizar nossas vontades perante a sociedade sem aquele pré-conceito que vemos por todos os lugares que passamos. Queremos evitar esses constrangimentos ainda mais com os familiares, não é mesmo?

    Mais uma vez, obrigado pelo comentário!
    Visite o blog sempre!

    Forte abraço,
    Eduardo.

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  5. Caro Eduardo...
    Só situação não é muito diferente da minha. A diferença é que tenho 37 anos. Nunca assumi nada...Muitas pessoas do trabalho ou faculdades que fiz, talvez desconfiem porque afinal um homem solteiro que já passou dos 30, não tem filhos, não namora, que é educado, trata bem a todos...não tem lógica estar sozinho.
    Como venho de uma familia muito conservadora, até hoje vivo no armário, apesar de namorar um outro rapaz há quase 6. É bem dificil....sei que a qualquer momento isso tudo venha a tona. Enfim, essa definitivamente não era a vida que queria pra mim. Adoraria sentir-me atraído por mulher, casar ter filhos, mas a natureza me fez de outra forma. Por isso, minto pra mim mesmo, perante a sociedade, mas jamais vou me casar com alguem não tendo nenhum tipo de sentimento por ela, somente pra satisfazer a sociedade.

    bjos
    Junior

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  6. Olá Junior, obrigado pelo comentário!

    É exatamente o que todos nós que vivemos no armário, um dia iremos passar. Quando atingirmos uma certa idade, não apresentamos namoradas, sem filhos, não casados e principalmente tratarmos o próximo com educação e respeito!
    Também venho de uma família conservadora e que não aceita esses tipos de comportamento. Apesar de sempre ter algumas "ovelhas negras", mas pessoas como nós, que vivemos no armário, infelizmente não temos este espaço.
    Imagino também que deva ser uma barra esconder este relacionamento de 6 anos da familia, colegas e amigos. Eu no meu ultimo namoro de 8 meses foi extremamente difícil.
    Acho que todos nós que vivemos no armário, temos este tipo de sentimento quanto a constituirmos uma família, mas infelizmente somos assim e não é nossa culpa!

    Junior, queria agradecer novamente pelo comentário e volte sempre que puder! Te desejo tudo de bom na vida!

    Forte abraço,
    Eduardo.

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