segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Mantendo a promessa...

Eu me lembro perfeitamente de como conheço meu amigo paraense.
Antes dele ir para Dublin, estava pesquisando pelo facebook, coisas sobre o lugar, moradia, e etc... E por acaso acabamos entrando em contato. Conversamos um pouco por uns dias e quando ele estava pra chegar, acabamos perdendo o contato, mas ele tinha meu numero de lá, então poderia entrar em contato.

Cerca de um mês depois, um número estranho me liga e era ele, me chamando pra ir beber umas cervejas em um PUB com seus amigos. Marquei de conhece-lo, mas infelizmente não conseguimos nos encontrar e marcamos de nos ver novamente no mesmo lugar na outra semana.
Desta vez, conseguimos nos ver, nos conhecemos e conversamos. Acabei recebendo o convite para participar de seu aniversário no apartamento em que ele estava morando.
Aceitei o convite e levei um amigo comigo pois eu não conhecia ninguém por lá...

Bem, a partir desde dia, meus dias em Dublin que já eram bons, ficaram melhores ainda. Tive o grande prazer de fazer um grande amigo, entrar pra sua roda de amigos onde saímos todos juntos para PUBS e baladas, jantares, almoços, beber juntos nos finais de semana, ir ao parque da cidade aproveitar os dias de sol, aprontar pela cidade, procurar emprego... TUDO, fazíamos tudo juntos!

Os dias foram se passando e a intimidade e amizade crescendo cada vez mais. E com isso, muitos dos amigos foram voltando para o Brasil com o passar do tempo. Os dias foram ficando mais tristes sem a companhia de todos.

Me lembro bem que em Fevereiro, meu amigo paraense estava voltando de sua viagem pela Europa e no outro dia voltaria ao Brasil. Quando ele chegou, estava em sua casa para recepcioná-lo, jantarmos juntos e nos despedirmos.
Estava muito frio, muito mesmo, e não havia nevado em Dublin como todos estavam esperando.
Tínhamos terminado de jantar, conversamos mais um pouco e quando foi cerca de 03:30 da madrugada, resolvi ir embora para ele descansar pra poder viajar no outro dia.
Nos despedimos outra vez no portão e quando fui me virar de costas, começou a nevar!

Ficamos ali por cerca de 30 minutos vendo a neve cair, batendo fotos, falando bobeiras e morrendo de frio!

Agora realmente era hora de ir, então me despedi novamente com um "até breve" e fui.

Chegando em casa, me sentei na frente do computador, comecei a ver as nossas fotos juntas e fui me
lembrando de todos os momentos que passamos juntos por lá. Me bateu um desespero de nunca mais poder ver pessoalmente meu amigo paraense e comecei a chorar em frente ao PC.
Alguns minutos depois, recebo uma mensagem dele no facebook me agradecendo por tudo e juramos que ainda nos veríamos no Brasil o mais breve possível.

Bem, 2 meses depois de minha volta ao Brasil, 6 meses depois de termos feito a promessa de nos vermos novamente, volto a escutar novamente aquele sotaque que não paro de atormentar, e desta vez, acho que vai demorar um bom e longo tempo pra haver outra despedida...

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Paraense maldito comedor de açai...

Tinha pouco menos de 12 horas pra embarcar a Santa Catarina e não sabia o que fazer.
Li atentamente ao email de confirmação da passagem e se eu quisesse remarca-la, teria de ir até SP e fazer isso em até 06 horas antes do embarque... ou seja: Teria de dar um jeito de embarcar ou perderia a passagem e teria de comprar outra.
Fui até o quarto dos meus pais, conversei com eles e decidimos correr pra embarcar.

Corri para procurar todos os meus documentos e terminar de organizar todas as coisas que deveria levar enquanto minha mãe passava algumas roupas. A minha sorte foi que lavei tudo naquele dia e o sol secou tudo.
Fechei minha mala era 01 hora da madrugada e agora era só esperar a hora pra embarcar na minha cidade até SP e de lá até Santa Catarina.

Já não havia dormido na noite anterior, tinha virado a madrugada conversando com meus amigos e provavelmente esta madrugada eu não dormiria também. O que não era tao ruim, pois enfrentar 12 horas de viagem acordado, não vale muito a pena.
Comecei a me arrumar por voltar das 04 da madrugada, tomei meu café, conferi tudo novamente bem devagar e as 05:30 meus pais me levaram para a rodoviária da cidade.
Me despedi dos meus pais, e fui em direção a SP. Sentei no ônibus e quando decidi tirar um cochilo rápido o ônibus estava parando dentro da rodoviária de SP, rs.

Mas 02 horas de espera até o ônibus que me levaria a Santa Catarina, então fui tomar mais um café e fumar um cigarro tranquilamente.
Novamente, embarquei no ônibus, ajeitei minhas coisas, uma musiquinha pra relaxar durante a viagem e antes de terminar a faixa 01 do CD, já estava dormindo profundamente.
O ônibus era muito confortável e não senti a hora passar em momento algum. Quando senti o ônibus parar, acabei acordando e sai pra a primeira parada. Estava com muita fome e sinceramente, não sei em que lugar parei. Apenas fui ao banheiro, comprei um lanche, voltei a ônibus para comer e voltei a dormir. Estava completamente cansado e não conseguia ficar com os olhos abertos nem para comer.

Outra parada algumas horas depois e novamente fui fazer um lanche, mas desta vez, comi dentro do estabelecimento, já havia passado mais o sono e quando voltei para o ônibus, consegui escutar 04 faixas inteiras do álbum no celular, rs.
Estava entorpecido e parecia que eu nem estava viajando. Parecia que estava ali fazia menos de 02 horas quando na verdade já haviam se passado 09 horas.

Acordei pra valer, faltando 01 hora pra chegar ao meu destino, então liguei para meu amigo avisando
onde estava e o que faríamos pra nos encontrar, já que não sabia nem o endereço de onde ele morava.
Sem resposta alguma dele, resolvi relaxar e aproveitar o resto da viagem.
A região, parecia muito com o litoral que fica perto da minha cidade em SP.
Desembarquei na rodoviária da cidade e tentei algumas vezes ligar para meu amigo, mas sem resposta. Então, peguei todas as minhas coisas, fui para a frente da rodoviária e fui fumar um cigarro enquanto pensava no que poderia fazer.

Ao longe, antes de acender o cigarro, um carro vinha desesperado ao meu encontro piscando os faróis e uma voz saiu de dentro do carro, com aquele sotaque típico do Pará: "- Não morreu ainda verme maldito? Achei que não viesse mais!"

Era meu amigo paraense... Que saudades daquele paraense maldito comedor de açai!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

#Partiu SC...

Os dias se arrastaram lentamente, enquanto minha ansiedade alcançava a velocidade da luz.
Aniversários de amigos, reencontros com os amigos de SP, aniversário do pai, happy hours, sessões de filmes com os amigos, conversas e mais conversas sobre minha estadia no exterior...
Notei em certas reuniões de família e conhecidos que quando me perguntavam e eu respondia sobre como é a vida no exterior e minhas experiências por la, outros torciam o nariz, reviravam os olhos, saiam de perto e balbuciavam palavras baixinho para que eu não as escutasse.

Cliffs of Moher - Irlanda (foto by Du Paiva)
Nunca me gabei ou me senti melhor que ninguém indo para Dublin. É uma experiência marcante e
divina que levarei comigo pelo resto da vida e quando sou questionado sobre, gosto de responder e mostrar minha visão sobre o que passei. Mas enfim, notei muita coisa e então, resolvi me calar e não falar mais sobre lá. As memórias estão eternamente comigo e estão presentes no meu dia-a-dia; Me sinto bem "apenas" com isso.

Segunda-feira, 05 de Agosto de 2013.
Havia chegado a hora de decidir de vez. Conferi o preço das passagens pela internet e decidi: No dia 08 de Agosto ás 09 horas da manha, eu estaria embarcando de vez para Santa Catarina. Como havia muita coisa para eu levar, preferi enfrentar longas 11 horas de ônibus para chegar até lá. Com o excesso de bagagem para ir de avião, não valeria a pena.
Conversei com minha tia e pedi para que ela me emprestasse seu cartão de credito para comprar a passagem pela internet e já marcamos de comer uma pizza em casa na noite anterior a viagem para nos despedirmos.

No outro dia durante a tarde, minha tia apareceu em casa e efetuamos a compra da passagem e saímos pelo centro da cidade a passeio. Tomamos um café juntos e depois voltei para casa e recolher todas as minhas roupas que estavam no varal. Também precisava arrumar todas as minhas coisas e separar todos os documentos que levaria a Santa Catarina.
Neste meio tempo, por volta das 20horas da noite, resolvi ir ao racha no vôlei com meus amigos chegando em casa por volta das 22:30.
Tomei um banho, comi e fui bisbilhotar meu facebook e responder alguns emails.

Comecei a fazer planos para o dia seguinte e não esquecer de nada para a viagem e quando fui olhar o email de confirmacao da passagem para Santa Catarina, eu tomei um baita susto e não sabia o que fazer. Olhei atentamente novamente e realmente, eu ví que fiz uma baita cagada na compra da passagem.
Na empolgacao e pressa de fazer tudo, não notei que comprei a passagem para a data que planejei; Meu embarque obrigatoriamente deveria ser na manha do dia 07.

Pensei comigo: "FODEU DE VEZ!" (...)

domingo, 6 de outubro de 2013

Sem pressa de ser feliz...

Tive o sono dos deuses naquele dia. Mal consegui dormir nas 2 noites que antecederam minha chegada. Antes de me deitar para dormir na casa de meus pais, minha mãe e meu pai bateram na porta do quarto e vieram me dizer: "Que bom que você voltou pra casa, filho. Foi o melhor dia do ano pra nós! Boa noite e durma com Deus, nós te amamos!"

Acordei no outro dia e meus pais estavam no trabalho, mas deixaram uma mesa de café da manha com tudo o que eu gosto. Quando chegou meio-dia, voltaram mais cedo do trabalho e passamos o dia conversando e desempacotando minhas malas, e entregando as lembrancinhas que comprei.
Tratei também de organizar todos os documentos necessários para renovar a minha CNH que havia vencido no ano passado.

Durante a noite, apareci de surpresa no meio do treino de volei dos meus colegas. A surpresa foi geral e assim como na minha família, deu pra notar muito bem aqueles que simplesmente sentiram realmente minha falta e quem nem ao menos havia notado minha ausência. Conversamos bastante e fizemos um "racha" pra relembrar dos tempos dos jogos.

No outro dia pela manha, eu e meu pai fomos ao poupatempo na cidade vizinha para que eu renovasse minha CNH e quando retornei com os papéis, entreguei ao meu pai com o dinheiro para ele pagar enquanto eu tirava a foto. Nem isso ele me deixou pagar! Achei meu dinheiro dentro da mochila na volta pra casa... eles queriam me deixar super a vontade na minha volta.

Visitas e mais visitas aos queridos da minha cidade, até que finalmente, encontrei todos que queria, podendo assim pensar no que eu iria fazer da minha vida a partir daquele dia.

Eu estava muito feliz com a volta, mas as semanas foram se passando e eu não estava mais me
sentindo bem ao estar dentro da casa de meus pais, a pesar de todo o esforco que eles faziam para que eu me sentisse o mais confortável possível. Não era nada com eles, mas sim comigo.
Creio eu que uma vez que você acaba saindo de casa pra valer, nunca mais você se sente o mesmo lá dentro. A saudade de Dublin estava me corrompendo o peito, sentia muita saudade de ver as pessoas na rua, o inglês diário, aquela rotina de ir trabalhar e observar tudo e a todos, a facilidade com que eu me adaptei a rotina no exterior... estava ficando angustiado demais.

Foi quando entrei em contato novamente com meus amigos que fiz por lá onde eles já estavam no Brasil. Recebi uma proposta tentadora. Já havia recebido antes, mas não havia pensado muito bem sobre. Eles são da cidade de Belém do Pará e estavam estudando em Santa Catarina. Me falaram sobre o lugar, as pessoas, o trabalho e fiquei muito atentado a conhecer e ver qual era o clima do lugar, se conseguiria me adaptar por lá, então comecei a pensar bem nesta possibilidade.

O aniversário de meu pai estava se aproximando e de alguns outros parentes e amigos também... eu não poderia passar estas datas longe deles desta vez e pelas minhas contas, teria de esperar cerca de 2 meses para poder finalmente viajar para o sul do Brasil.
Me empolguei com a idéia e já planejei tudo muito bem. Conversei muito com meus pais sobre eu me mudar novamente e a princípio não gostaram muito da idéia, mesmo me apoiando 100% na minha escolha. Usei de bons argumentos para conversar com eles diariamente e acabaram entendendo minha escolha de sair de casa e até ficaram felizes com a idéia de ir nas férias me visitar em outro estado, já que morando no exterior a possibilidade de uma visita deles era ZERO.

Confirmei minha ida aos meus amigos e estabeleci um certo período para ir: Entre as 2 primeiras semanas de agosto, estaria me mudando pra lá.

Grande abraco,
Du Paiva.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Surprise Brazil, I'm back!...

Brasil, to de volta!

Praticamente 4 meses após minha volta ao Brasil, finalmente minha vida começa a entrar no eixos.
A chegada não poderia ter sido melhor... Chegar de surpresa, foi a melhor idéia que eu poderia ter.
Um mês antes da volta, conversei com uma tia minha para ela planejar algo para reunir a família e alguns amigos mais chegados para a surpresa.
Ela, não sabia qual seria a desculpa para tal, mas ela planejou muito bem, rs!

Meu último mês em Dublin sou sublime... não chorei, simplesmente sai de lá com quase 100% de felicidade de que fiz tudo o que pude para realizar tudo o que queria... Me despedi de todos os grandes amigos que fiz, arrumei minhas malas e no dia 11 de Junho pela manha, sai de casa rumo ao aeroporto. Praticamente o dia todo viajando, com uma escala de longas e tensas 08 horas em Zurique.

Entrei no avião rumo a SP e ás 7 horas da manha do dia 12 de Junho, cá estava eu, ligando para minha tia de Guarulhos para me esperar em minha cidade e me buscar na rodoviária. Ela achou melhor me pegar na cidade vizinha, pois alguém poderia me ver na minha cidade.

Cheguei de ônibus e aquela sensacao de ver quem você ama após um longo período é indescritível!

Chegamos em sua casa e lá me esperava uma mesa gigantesca de café da manha para repor as energias. Enquanto me deliciava em comer um simples pão de sal (pão francês, cacetinho, pão d'água e etc...), ela me contava que havia dito a todos que poderia estar grávida e que anunciaria com um exame em mãos naquela noite... durante todo o dia, ela recebeu milhões de ligacoes e mensagens de todos querendo saber o resultado... mal sabiam a surpresa que os aguardava.

Naquele mesmo dia, minha mãe iria passar por uma cirurgia no olho esquerdo, então, foi a primeira a me ver, antes da reunião. Minha tia foi busca-la em casa e trouxe ela com minha sobrinha para sua casa, enquanto eu as aguardava no quarto.

Primeiro, minha sobrinha foi ao quarto e quando ela me viu, entrou em choque, não sabia o que falar, o que fazer... simplesmente pedi um abraco e ela saiu correndo e me deu um grande abraco e um beijo. Estava morrendo de saudades daquele pingo de gente!
Falei para ela: "- Vamos dar um susto na vovó? Vai lá e fala pra ela, Adivinha quem tá aqui na casa da madrinha?", então, ela saiu correndo pra sala e gritou: "Vovó, o tio tá aqui!" kkkkkkkkkk

Minha mãe: "Que tio o que menina? Do que esta falando?", foi quando neste momento, fui até a sala onde ela estava e ela também entrou em choque e começou a chorar.
"Filho, o que está fazendo aqui? Que saudades, achei que não iria te ver mais!", ela não desgrudou de mim por 1 segundo sequer e conversamos por longas 2 horas, até que a acompanhei ao hospital e fiquei durante o tempo todo com ela lá, aguardando sua saída.

Voltamos para a casa de minha tia, onde não havia chego ninguém, então, me preparei.

A cada pessoa que chegava, iam direto perguntar o resultado do exame para minha tia e eu simplesmente chegava por trás e fazia o comentário: "É mesmo! Diga logo que até eu estou curioso!"

Tive imensas surpresas neste dia. Muita gente simplesmente veio me cumprimentar, mas era como se eu nunca houvesse saído dali e sempre estivesse com eles, outros tive a imensa surpresa de ver o quanto sentiram minha falta, o choro no meu ombro e a cara de felicidade, não davam pra esconder sua felicidade ou sua cara de que tudo estava como sempre foi...

Você se surpreende de verdade e percebe quem realmente gosta muito de ti, nestas horas.

Minha irma quando me viu, chorava e berrava compulsivamente em meus bracos e meu pai, ficou com os olhos marejados e mal conseguia falar.  Segundo minha tia, meu pai estava muito triste, pois ele não queria que eu tivesse saído do país e aguardava ansiosamente pela minha volta. Percebi pelo seu olhar quando conversávamos pelo Skype que ele não estava feliz com isso, ainda mais quando omiti, que ficaria por lá mais 1 ano.

Meus amigos, riam sem parar, choravam e não sabiam o que me falar a não ser: "-Como eu senti tua falta por aqui!"

Diferente da despedida onde todos estavam felizes por mim e eu chorava sem parar, desta vez as pessoas choravam (ou não) em me ver e eu simplesmente caia na gargalhada! Foi simples e emocionante.

Bem galera, me desculpe por estes quase 4 meses sem notícias, mas voltei, estou bem, me mudei novamente e logo mais vou contando o que vai acontecendo por aqui. Tenho coisas demais para contar... Senti falta de todos e espero que tenham sentido a minha também, rs.

Um grande salve a todos e,
I'm back people!

Du Paiva.